O Palácio de Versalhes fica perto de Paris e é um passeio imperdível! Este miniguia vai te ajudar a conhecer o melhor do palácio e seus jardins.

O Palácio de Versalhes (em francês: Château de Versailles) fica a poucos quilômetros de Paris e é o mais famoso símbolo do poder absoluto da corte real francesa.

Ele foi concebido por Luís XIV, o Rei-sol, com a intenção de mostrar ao mundo qual era a medida do seu poder (ou do seu delírio de poder!). O resultado é grandioso em tudo: no tamanho, na riqueza da decoração, na ostentação além de ter sido inspiração para a construção de vários outros palácios imperiais na Europa.

 

Pátio de Mármore na entrada de Versalhes
Pátio de Mármore na entrada de Versalhes
História

Até Luís XIII (pai de Luís XIV) construir uma casa de campo para a caça em 1624, Versalhes era um modesto povoado. Em 1664 começaram as obras para a construção do château e, dali para frente, o palácio foi sendo ampliado e transformado.

Em 1682, o rei Luís XIV mudou-se para a cidade de Versalhes, tornando-a o centro político do reino. O palácio chegou a abrigar vinte mil pessoas, já que abrigava toda a corte do rei.

Naturalmente, só os nobres tinham direito às festas luxuosas, concertos de música e tudo do bom e do melhor. Os dias de esplendor e luxo do Palácio de Versalhes só terminaram com a Revolução Francesa, em 6 de outubro de 1789, mais de 100 anos depois.

Depois disso, o palácio ficou abandonado por quase cinquenta anos e só foi restaurado em 1837, tornando-se um museu.

Jardins do Palácio de Versalhes
Jardins do Palácio de Versalhes
Como chegar no Palácio de Versalhes

Mesmo tendo comprado com antecedência os ingressos no site do Palácio de Versalhes, decidimos acordar cedo no dia da visita. É bom se preparar psicologicamente para encontrar filas e mais filas de turistas.

Pegamos o metrô até a estação de trem Gare Saint Michel Notre-Dame e lá embarcamos no trem RER linha C. Foi uma delícia andar no trem de dois andares desta linha e a viagem foi bem rápida, cerca de meia hora.

O trem passa por outras estações também (Musée d’Orsay, Invalides, Pont d’Alma ou Champs de Mars Tour Eiffel), então é bom verificar qual a melhor para você.

Apesar de ser um pouquinho mais distante, é possível descer em Versailles–Rive Droite e Versailles Chantier (pegando os trens SNCF nas Gare Montparnasse e Gare Saint-Lazare, respectivamente). Dependendo do ponto de partida em Paris pode valer a pena a caminhadinha na chegada.

Parterre du Midi (Canteiro du Midi) desenhado por Le Nôtre
Parterre du Midi (Canteiro du Midi) desenhado por Le Nôtre

Dá para ir de ônibus também, usando a linha 171, a partir da Pont de Sèvres, ou de carro pela A13.

Descemos, então, na Gare Versailles Chateau-River Gauche, que é a estação mais próxima do palácio (cerca de 600 metros).  Saindo da estação River Gauche, bastou seguir a os grupos de turistas por uns dois quarteirões.

Sério, tem sempre muita gente indo em direção ao palácio. A caminhada é curta e logo dá para ver os portões ao fim de uma alameda.

Fonte da Pirâmide no Palácio de Versalhes
Fonte da Pirâmide no Palácio de Versalhes
A visita ao Palácio de Versalhes

Chegando a Versalhes, a primeira visão foi a da estátua equestre de Luís XIV, na Praça das Armas. Seguindo em frente, passamos pelo Portão de Honra, onde é feita a revista de segurança. Outra fila!

Só deu para escapar da filinha do audioguia porque já havíamos baixado o aplicativo do Château de Versailles no celular.

Fonte de Latona nos Jardins de Versalhes
Fonte de Latona nos Jardins de Versalhes
Capela Real

Começamos o tour pelo primeiro andar e a primeira coisa que vimos foi a Capela Real. Dedicada a São Luís, foi inspirada na gótica Saint Chapelle de Paris e concluída em 1710.

São dois andares: do primeiro vimos os arcos e do segundo andar deu para ver a fileira de elegantes colunas que sustentam o teto com afrescos barrocos. Este andar superior era usado pelo rei e sua família para assistir à missa, e no andar térreo ficavam os nobres, de acordo com o status social de cada um.

Na verdade, só vimos a capela pela porta, o que foi uma pena!

Apartamentos do Rei

Passamos, então, para o Grande Apartamento do Rei (o da rainha fica do outro lado do prédio) e atravessamos vários salões decorados com obras-primas que remetem aos deuses mitológicos. A intenção do rei era clara: são os planetas que giram em torno do deus-sol (Apolo), ou seja, em torno do próprio Rei.

O primeiro aposento foi o Salão de Hércules. Um espaço imenso, com um afresco do deus no teto.

O segundo foi o Salão da Abundância (uma ante câmera do quarto real).

Seguiram-se os Salões de Vênus (a deusa da manhã), de Diana (deusa da caça e da noite), todo decorado com mármore de carrara e onde ficava uma mesa de bilhar, onde o rei costumava jogava diante da corte; Salão de Marte (no teto se vê a pintura Triunfo de Marte, deus da Guerra) onde ficava a sala da guarda real; o Salão de Mercúrio (mensageiro dos deuses) onde as pessoas podia ver o Rei e entregar seu pedido escrito, desde que seguissem as rígidas regras de etiqueta; o Salão de Apolo era a sala do trono, que ficava em cima de um tablado.

 

Sala de Mercúrio no Palácio de Versailles
Sala de Mercúrio no Palácio de Versailles
Salão dos Espelhos

O grande destaque da visita a Versalhes é o mundialmente famoso Salão dos Espelhos, onde foi assinado em 28 de junho de 1919 o tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial.

O Salão dos Espelhos tem 73 metros de comprimento, por 10,5 metros de largura e 12,3 metros de altura. De um lado estão dezessete janelas que dão para o jardim. Do lado oposto, foram colocados dezessete espelhos imensos, o que faz o espaço parecer ainda maior.

Na hora que entramos, começamos a imaginar uma cena da época: centenas de velas acesas, com as luzes refletidas nos espelhos; mulheres e homens com aquelas perucas dançando e se movimentando nas festas, recepções a embaixadores e nos casamentos da casa real que eram realizados ali. A nossa imaginação pode ter contribuído, mas o lugar é realmente deslumbrante, luxuoso e lindo demais!

Salão dos Espelhos. Olha a multidão!
Salão dos Espelhos. Olha a multidão!

Nas extremidades ficam os Salões da Guerra (obviamente celebrando as vitórias do Rei) e o Salão da Paz (que estava em reforma na época em que fomos lá). O palácio está sempre em reforma. Para nós, turistas, é um pouco frustrante, mas acontece!

O Quarto do Rei

Bem no centro do palácio fica o Quarto do Rei. Claro que o rei tinha que escolher o melhor lugar, aquele que ficava de frente para o nascer do sol. Outra coisa já esperada era a predominância do dourado na decoração do quarto!

Como já vimos, todo quarto tinha a sua antessala, um lugar de esperar enquanto se aguardava ser chamado pelo rei. Neste caso, era a Antessala do Olho de Boi.

Sala do Olho de Boi
Sala do Olho de Boi
Grande Couvert: os nobre podiam ficar vendo o rei jantar aqui
Apartamentos  da rainha

Chegamos aos Apartamentos da Rainha. A decoração foi muito modificada ao longo dos anos. O que já era esperado, pois cada rainha queria deixar o quarto com o seu jeito. Coisas de mulheres…

É bom lembrar que “apartamento” em Versalhes se refere, normalmente, a um conjunto de cinco salas: primeira antecâmara (ou sala da guarda), segunda antecâmara , quarto grande, quarto com a cama e quarto interior.

No caso dos apartamentos da Rainha, a visita é em ordem inversa. Começamos vendo o espaço mais importante, onde ela dormia, se encontrava com o rei e onde dava à luz, na frente de toda a corte.

Depois vem o Salão dos Nobres, uma antecâmara que foi transformada em sala de audiência; a Antecâmara da Rainha (ou Sala da Grande Mesa), onde o rei e a rainha tomavam sopa… em público. Por último, chega-se à Sala da Guarda da Rainha. É a única com a decoração do século XVII preservada.

Galeria das Grandes Batalhas

Outro espaço imenso no Palácio é a Galeria das Grandes Batalhas. Foi construída por Luís Felipe quando ele decidiu transformar Versalhes em um museu.

O objetivo é mostrar a história da França e celebrar as vitórias da nação. O destaque ali na Sala da Coroação é a imensa e famosa pintura que retrata o momento em que Napoleão retira a coroa das mãos do papa, a coloca em sua própria cabeça e a seguir ele mesmo põe a coroa em Josefina.

Galeria com pinturas das grandes batalhas francesas
Galeria com pinturas das grandes batalhas francesas
Apartamentos das Mesdames

Antes de irmos para os jardins, entramos nos Apartamentos das Filhas de Luís XV. O acesso é pela porta em frente ao pátio de Mármore (aquele com piso de mármore branco e preto). As filhas e irmãs solteiras do rei eram chamadas de Mesdames. Percorrendo aquelas salas percebemos como as princesas gastavam o seu tempo: com atividades artísticas, leitura e música.

Apartamento de Mesdames: senhoras adultas que nunca se casaram
Apartamento de Mesdames: senhoras adultas que nunca se casaram

São dois apartamentos: o de Madame Victoire e de Madame Adelaide. O esquema dos apartamentos se repete. Começa-se pela Primeira Antecâmara, que era a mais acessível e servia como sala de espera para os visitantes, daí ter uma decoração mais simples.

Depois vinha a Segunda Antecâmara e o Quarto Grande de Madame Victoire, onde ela recebia as pessoas para leitura, concertos privados e jogos. No Quarto com Cama, a princesa era vestida, tinha o cabelo arrumado e as joias colocadas por membros da corte que disputavam esses privilégios. Por fim, o Quarto Interior, cuja entrada só se dava com a permissão da princesa.

Entre os dois apartamentos, havia a Biblioteca de Madame Victoire.

A visita ao Apartamento de Madame Adelaide é em sentido inverso. Começa-se vendo o Quarto Interior e depois o Quarto com Cama.

A decoração do quarto era trocada duas vezes por ano: no verão as paredes eram cobertas com tecidos leves e no inverno se usava veludo. Um certo desperdício, não é?

Jardins do Palácio de Versalhes

O paisagista André Le Nôtre foi encarregado pelo próprio rei de transformar o imenso pântano onde foi construído Versalhes em bosques, com cercas vivas compondo desenhos geométricos, lagos e fontes. Foi algo que deu muito trabalho. Entre 1661 e 1664 chegou a ter 20 mil homens trabalhando na criação dos jardins.

Na inauguração, o Rei-sol deu a primeira festança. Ele chamou de “Prazeres da Ilha Encantada” e durou uma semana, com direito a torneios, balés, concertos, banquetes e apresentação de peças teatrais. O ponto alto foi o desfile em que Luís XIV apareceu montado em um cavalo com arreios de ouro e brilhantes. Ele devia estar se sentindo o próprio Apolo, o deus do sol. Esse deus aparece também em uma das fontes do jardim!

Outra fonte com jogos d’água e grupo de estátuas feitas de mármore do Século XVII é a Fonte de Netuno.

Para saber mais sobre os jardins, clique aqui!

Uma das 400 esculturas espalhadas pelos jardins de Versalhes
Uma das 400 esculturas espalhadas pelos jardins de Versalhes
Grand Trianon

Apesar do nome, o Grand Trianon é um pequeno palácio em pedra e mármore rosa (por isso conhecido também como Trianon Marble). Ele foi construído em 1687 por ordem de Luís XIV que gostava de ficar ali com os seus amores secretos e se refugiar (ou fugir, mesmo) do formalismo exagerado da corte.

Grand Trianon
Grand Trianon

Gostamos muito da Salada Malaquita, decorada com objetos feito com essa pedra verde que o Czar Alexandre I deu para Napoleão. Percorremos a Sala de Música, o Quarto da Imperatriz, a Sala dos Espelhos e o Peristilo, um corredor com duas fileiras de colunas na área externa.

O Grand Trianon chegou a ser usado pelo General de Gaulle para hospedar chefes de Estado em visita à França.

O Quarto da Imperatriz no Grand Trianon
O Quarto da Imperatriz no Grand Trianon
Petit Trianon 

Foi construído entre 1762 e 1768 para ser refúgio de Luís XV e de sua amante favorita, Madame de Pompadour. Já o jovem Luís XVI o deu a sua esposa Maria Antonieta em 1774.

Dentro do Petit Trianon encontram-se quartos, sala de música, sala de banho e até uma cozinha. Nos fundos do palacete há um jardim, com lago artificial e um pavilhão de festas, chamado de pavilhão Francês, onde Maria Antonieta costumava receber os seus convidados em dias de bom tempo e onde ninguém, nem mesmo o seu marido, podia entrar sem a sua permissão.

Entre os convidados apenas uma elite escolhida a dedo por Maria Antonieta.

Petit Trianon
Petit Trianon
Fim da visita

Os turistas tem realmente razão em ficar tão impressionantes com Versalhes. O palácio é enorme e a decoração de todos os cômodos é muito luxuosa! Mas a maior parte dela não é original. Foram feitas várias reformas no palácio e muitos dos objetos são cópias ou peças da mesma época.

A sensação que se tem ao se deparar com tanto exagero é de que a Revolução Francesa teve lá seus motivos. Por outro lado, temos que reconhecer que Luís XIV foi muito inteligente ao atrair para a sua “jaula dourada” os nobres franceses e mantê-los por perto e submissos a um severo código de etiquetas.  Ponto para o rei!

Por essas janelas a nobreza podia ver os imensos jardins
Por essas janelas a nobreza podia ver os imensos jardins
Trenzinho

Só para se ter uma ideia das distâncias, entre o Palácio de Versalhes e o Grand Trianon, são 25 minutos caminhando (1,5Km). Do Palácio até o final do Grand Canal são 60 minutos a pé (3,5Km). Por isso, recomendamos muito o uso do trenzinho. Custa 8 euros e faz o circuito completo, com três paradas: Grand Trianon, Petit Trianon e Grand Canal e termina no Palácio.

Se preferir, você pode alugar um carrinho de golfe elétrico por 34 euros a hora, para quatro pessoas, e fazer o circuito.

Audioguia no celular:

– O Complexo de Versalhes é muito grande e vale a pena se planejar e baixar o aplicativo ainda em casa. Principalmente se tiver pouco tempo disponível, pois será necessário fazer escolhas.

– Se escolheu baixar o aplicativo (do palácio e dos jardins), não se esqueça de levar o microfone do celular.

– Último detalhe: o aplicativo só é oferecido em francês, inglês e espanhol.

Dicas das Bellas
  • O Paris Museum dá direito ao ingresso no palácio.
  • Baixe o aplicativo do palácio no seu celular (francês, inglês e espanhol). Instruções: clique aqui.
  • O palácio está passando por reforma, então encontramos algumas salas fechadas e andaimes do lado de fora. A previsão é que termine só em 2020.
  • Se quiser visitar só os jardins, há uma entrada separada à esquerda, logo depois da entrada onde se compra o ingresso, sem fila, diretamente para os jardins.
Informações gerais:

Para compra de ingressos on-line: clique aqui

Endereço: Place d’Armes

Site: chateauversailles.fr

Horário de funcionamento:

Palácio: de terça-feira a domingo, das 9h às 17h30. Entre 1º de abril e 31 de outubro abre das 9h às 18h30 (última entrada às 18h).

Jardins: das 8h às 20h30 (na alta estação) e das 8h às 18h (na baixa estação);

Trianon: de terça-feira a domingo, das 12h às 18h30

Galerie des Carrossses (Galeria das Carruagens): de terça-feira a domingo, das 12h30 às 18h30.

Fonte de Apolo nos jardins do palácio
Fonte de Apolo nos jardins do palácio
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