Descubra o que conhecer em Memphis, berço do Rock n’Roll e casa do blues e da soul music. E venha com a gente visitar o complexo de Graceland, o universo de Elvis Presley.
A Rota do Blues
Nossa road trip pela rota do Blues começou em Nashville e passou por Memphis, antes de chegarmos a New Orleans.
Cada uma destas cidades tem um estilo musical característico, mas todas podem se orgulhar de estarem conectadas pela música.
De Nashville a Memphis foram 340 quilômetros pela Interstate 40 (I-40), também conhecida como Tennessee Music Highway. Por ali passaram artistas como B.B. King e Elvis Presley, que se apresentavam em barzinhos da região no começo de suas carreiras.
Hospedagem
Passamos dois dias na cidade. Deu tempo de curtir os bares de música e conhecer um pouco mais da história de vários artistas famosos.
Escolhemos o hotel The Guest House at Graceland. A construção enorme pertence à família de Elvis e fica bem em frente ao complexo de Graceland.
Só não fica muito perto do centro da cidade. São oito quilômetros de distância. O shuttle do hotel para a Beale Street, onde ficam os tradicionais bares de música, é pago, mas a experiência de se hospedar em Graceland é única.
Para nós foi a escolha perfeita! Nos sentimos “hóspedes” do Rei e estávamos bem perto de sua mansão.
A decoração do hotel merece destaque, está cheia de quadros com referência a Presley. Além disso, uma escada cenográfica, a piscina, o restaurante, a lanchonete, o bar e um lobby enorme garantem uma verdadeira viagem no tempo.
A TV do quarto é interativa e dá para assistir a vários shows do Elvis.
Também não dá para esquecer de falar da lojinha com produtos do artista. Ficamos loucas por um casaco com o rosto o Elvis estampado nele. Coisas para fã nenhum botar defeito.
PRIMEIRO DIA EM MEMPHIS
A visita a Graceland
Dedicamos o primeiro dia em Memphis para fazer uma imersão na vida e na obra de Elvis Presley. Reservamos um dia inteiro para conhecer o complexo de Graceland já que além da mansão do rei do rock queríamos ver todos os outros prédios históricos e as várias exposições de seus objetos pessoais, roupas, carros e discos.
No site de Graceland há várias opções de visita, desde a mais barata, que só inclui a mansão (bom para quem tem pouco tempo), até visitas guiadas particulares. As opções intermediárias incluem a mansão, os carros, os aviões e as exposições.
Do hotel, The Guest House, até a entrada do complexo, são cerca de 350 metros. Fomos a pé.
A mansão de Elvis Presley
Entramos no complexo e fomos direcionados para um ônibus. Enquanto esperávamos na fila, recebemos um laptop com fones de ouvido com informações importantes para o passeio. Havia várias opções de línguas, inclusive o Português, então é uma boa pedida para quem não se dá muito bem com a língua inglesa e não quer ficar por fora do que está rolando no passeio.
A mansão é um lugar de peregrinação para os fãs. Foi lá que Elvis morou de 1957 até a sua morte em 1977. Não é tão grande como outras residências de famosos, mas o bom é que preserva a decoração da época e reflete o gosto de Elvis Presley.
Ele está presente em todos os cantos: na sala de estar, que tem um sofá de quase cinco metros de comprimento; na sala de música, decorada em preto e amarelo com as três televisões que ele assistia ao mesmo tempo; na sala de jogos em que o teto e as paredes são cobertos por um pano estampado todo pregueado.
Passamos ainda pela cozinha, com um dos primeiros fornos de micro-ondas lançados no país, e pela famosa Jungle Room, em que ele gravava a maior parte de suas músicas e onde mais gostava de ficar. A sala é temática e inspirada no Havaí.
A entrada nos cômodos é proibida e a disputa por espaço para tirar fotos foi grande, mas conseguimos ver tudo.
Na saída, passamos bem devagar pelos túmulos de Elvis e de membros da sua família. Várias pessoas param em reverência no chamado Jardim da Meditação.
O complexo de Graceland
Depois do passeio na mansão, partimos para exposição automobilística que exibe uma coleção com mais de 20 de carros de Elvis. O destaque é o icônico Cadillac Rosa, que é um sonho!
Passamos também pela exposição de roupas usadas por Elvis nos shows, de suas camisas estampadas usadas nos anos 1970 e dos vários discos de ouro recebidos.
A parte da exposição com as fotos do Elvis em uniforme militar é imperdível. Até a televisão em que ele atirou está lá – reza a lenda que o Rei adorava atirar. De todas, a exposição que mais chamou nossa atenção foi a dos artistas influenciados por Elvis. Muita gente!
Os aviões
No fim do passeio, entramos nos aviões de Elvis. O maior, um Convair 880 para 96 pessoas, foi batizado de de Lisa Marie, nome da única filha do Rei. É quase uma casa com sala de jantar, sala de conferência, quarto e outros cômodos.
O avião menor é um Lockheed Jet Star.
Almoço em Graceland
Almoçamos lá mesmo e escolhemos o Gladys’s Diner, uma espécie de self service ao estilo americano, onde se pode escolher a comida que já vem servida em pratinhos. Outras opções: Vernon’s Smokehouse, que oferece carnes assadas e as comidas preferidas do Rei, Rock ‘n’ Go, uma cafeteria, e Minie Mae’s Sweets, uma sorveteria.
Clique aqui para conferir estes e outros restaurantes na região.
Antes de sairmos de Graceland, ainda passamos pelas lojas do complexo, todas elas com produtos que trazem a imagem de Elvis.
A visita foi muito emocionante. Mesmo para quem não é um fã de carteirinha do artista, achamos que vale muito a pena.
Noite de muito blues!
À noite fomos passear na Beale Street, a rua do Blues e das boates em Memphis. O “DNA” do Blues vem dos anos 1960 quando os músicos negros se apresentavam nas calçadas. Ela fica fechada para os veículos e a grande diversão é pular de bar em bar.
Além dos bares, a A.Schwab, lojinha de secos e molhados aberta em 1876, vale uma visita. O local é uma memória viva, inclusive de Elvis Presley. Hoje em dia, a loja conta com uma lanchonete e um museu sobre a história da rua Beale no segundo andar.
Depois de conhecer outros clubes da Beale Street, terminamos a noite em grande estilo ouvindo Blues e Jazz no B.B. King‘s Blues Club Memphis onde tínhamos uma reserva (é possível fazer pelo site).
Se você gosta de ouvir músicas tradicionais destes estilos, o B. B. King’s é o lugar. O show foi de arrepiar.
As três quadras da Beale Street têm vários bares, do tipo que tocam estilos musicais para todos os gostos.
SEGUNDO DIA EM MEMPHIS – BERÇO DO ROCK
Uma viagem pela soul music
O segundo dia em Memphis foi de imersão na história do rock e do soul. Memphis foi o berço desses dois gêneros musicais.
Começamos pelo Stax Museum of American Soul Music, que funciona na antiga sede da gravadora Stax Records (confira aqui alguns dos artistas com contratos na Stax, como o Ben Harper). Foi uma verdadeira viagem pelo soul, desde o gospel até as grandes estrelas como Issac Hayes e Aretha Franklin, que costumavam gravar lá.
A visita guiada começa com um filme e segue por várias salas cheias de roupas e objetos dos grandes artistas do soul.
O lugar era originalmente um cinema e esteve abandonado por muitos anos, foi restaurado e agora voltou a brilhar. O museu conta com mais de dois mil itens em exibição: são vídeos, roupas de artistas famosos, fotografias e instrumentos.
Mas o destaque está no Cadillac dado a Issac Hayes em 1972. O carrão que fica girando em uma plataforma redonda é cheio de detalhes dourados, forrado com pelúcia rosa e tem até uma televisão e uma geladeirinha dentro.
Outro destaque é a reconstrução de uma igreja de 1906 com várias peças originais, que remetem à grande influência que o gospel exerceu na soul music.
Sun Studio – onde nasceu o Rock!
De lá fomos ao legendário Sun Studio, o berço do Rock n’Roll, onde Elvis Presley gravou pela primeira vez, aos 17 anos. Era um som diferente na época: uma combinação de blues, gospel e música country. Ele mesmo dizia que sua música não se parecia com ninguém quando cantava.
A visita guiada é feita a cada meia hora e enquanto esperávamos ficamos no espaço que é uma mistura de bar, café e lojinha.
Bem performática, a visita guiada conta muitas histórias e curiosidades, como, por exemplo, o nascimento do Rock n’Roll naquele local e os grandes sucessos que foram gravados lá.
As instalações, instrumentos e móveis são todos originais.Deu até para tirar fotos com o microfone usado pelo Elvis.
Além dele, passaram por lá Jerry Lee Lewis, Johnny Cash, B.B. King e Carl Perkins. O lugar onde gravaram gigantes da música ainda funciona como estúdio e está disponível para aluguel.
Se você estiver de carro em Memphis, há um grande estacionamento na parte de trás do estúdio.
Onde Elvis tomava café
Para não fugir da vibe de música e de Elvis, fomos almoçar no The Arcade, restaurante mais antigo de Memphis, aberto em 1919. Era o lugar onde Elvis gostava de tomar café e comer panquecas.
Não deu para sentar na mesa onde ele ficava, perto da porta, mas curtimos do mesmo jeito.
Lorraine Motel – onde Martin Luther King foi assassinado
Do Arcade seguimos a pé até o Lorraine Motel, onde Martin Luther King foi assassinado em 1968. O quarto, os carros, tudo foi mantido do mesmo jeito que era.
Hoje o lugar abriga o Nacional Civil Rights Museum, muito bem montado e bastante emocionante. Reproduz vários episódios da luta pelos direitos humanos, como o ônibus em que Rosa Parks se recusou a ceder o seu lugar a um branco em 1955.
Outro episódio mostrado no museu é o dos estudantes universitários que se sentaram na área reservada aos brancos em uma lanchonete, iniciando um movimento que ficou conhecido por sit-in, em fevereiro de 1960.
E o slogan I am a man (Eu sou um homem) usado pelos trabalhadores grevistas de Memphis em 1968.
Rota do uísque
Não muito distante do Lorraine Motel (cerca de 800 metros), fica a Old Dominick Distillery, que produz uísque Bourbon, vodka e uma bebida chamada Toddy (nada a ver com o nosso todinho!).
Já que estávamos na terra do uísque, fomos lá conhecer.
A visita guiada passa pelas etapas de fabricação (moagem, fermentação, destilação, envelhecimento) e termina com uma degustação, em um espaço lindo, com um balcão enorme.
A fábrica da Old Dominick faz parte da rota etílica do uísque e do bourbon, o Tennessee Whiskey Trail. É uma boa sugestão de road trip passando por Memphis, especialmente para os apaixonados pela bebida.
Existe até um passaporte com os pontos da trilha do uísque, onde são colocados os carimbos de todas as destilarias do caminho.
Mais música na balada de Memphis!
À noite, voltamos para a Beale Street e o bar desta vez foi o Rum Boogie Cafe.
O lugar, aberto desde 1985, é famoso pelas dezenas de guitarras penduradas no teto, muitas delas assinadas por músicos que estiveram lá. Vimos as do U2, Billy Joel e Santana.
Claro que a música ao vivo com a dupla Pam e Terry fez toda a diferença.
E não pense que acabou. A próxima etapa da nossa road trip pela rota do Blues é New Orleans. E nós vamos contar tudo, tudo, sobre esta cidade, nos próximos posts.
Informações extras:
- Graceland:
Endereço: Elvis Presley Boulevard, 3734 – Memphis
Site: https://www.graceland.com/visit/buytickets1.aspx
Horário de funcionamento: das 9h às 16 ou 17h, dependendo da época do ano
- Stax Stax Museum of American Soul Music (Museu Stax de Soul Music Americana)
Endereço: E. McLemore Avenue, 926 – Memphis
Site: http://www.staxmuseum.com/
Horário: de terça a sábado: das 10 às 17h; domingo: das 13h às 17. Fechado às segundas-feiras
Preço: 13 dólares
- Sun Studios
Endereço: Union Avenue, 706 – Memphis
Site: https://www.sunstudio.com/
Horário: todos os dias das 10h às 18h – Visitas guiadas de hora em hora a partir das 10h30.
Preço:14 dólares
- Nacional Civil Rights Museum
Endereço: Mulberry Street, 450 – Memphis
Site: civilrightsmuseum.org
Horário: das 9h às 17h ou 18h (depende da época do ano) – fecha às terças-feiras
Preço: 15 dólares
- Old Dominick Distillery
Endereço: South Front Street, 305 – Memphis
Site: www.olddominick.com
Horário: as visitas vão das 12h às 18h (não há visitas às terças-feiras) e duram mais ou menos 45 minutos
Preço: 12 dólares
Agradecemos ao Memphis Tourism (47, Union Avenue) todo o apoio recebido durante a nossa viagem.
Veja também os outros posts sobre a Rota do Blues:
1 – Rota do Blues: um roteiro inesquecível pelo sul dos EUA
2 – Nashville: 4 dias especiais pela Cidade da Música
3 – Nashville: dicas práticas para sua viagem
4 – New Orleans: roteiro de 4 dias com muito jazz
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Bela e Beth.
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