Paisagens deslumbrantes, muita cultura, história, tradições e – de bônus – vinhos deliciosos produzidos pela vinícolas locais. O Vale dos Vinhedos é um lugar maravilhoso para se conhecer em qualquer época do ano! Mas na época da colheita, a vindima, de janeiro a março, é uma opção perfeita! Já tem programação para o próximo feriado? Para o Carnaval do ano que vem? Vai pra lá! 

O Vale dos Vinhedos é formado pelas cidades gaúchas de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Garibaldi.

A cidade de Bento Gonçalves fica a pouco mais de 2 horas de Porto Alegre (130 quilômetros) e pode servir de base para as visitas às outras cidades.

Quando planejamos esta viagem, pensamos em visitar não só as vinícolas mais famosas, mas também aquelas pequenas e familiares da região. Tentamos distribuir os lugares escolhidos pelas rotas turísticas já consagradas. Como são muitas as opções, não deu para ir a todas. Mas isto não atrapalhou, e aproveitamos muito de cada lugar visitado.

ROTAS TURÍSTICAS DIVIDIDAS POR LOCALIZAÇÃO

• Rota Cantinas Históricas (no Distrito de Faria Lemos): Armazém Cantinas Históricas, Vinícola Dal Pizzol e Cristofoli – http://www.cantinashistoricas.com.br;
• Rota dos Espumantes: Chandon e Cooperativa Vinícola Garibaldi – http://turismo.garibaldi.rs.gov.br/rotas-atrativos/rota-dos-espumantes;
• Roteiro Vale do Rio das Antas: Salton, Cainelli, Cachaçaria Casa Bucco e Restaurante Pignattela – http://bento.tur.br/vale-das-antas/;
• Roteiro Caminhos de Pedra: http://www.caminhosdepedra.org.br/
• Rota Encantos de Eulália: não fomos –http://www.encantosdeeulalia.com.br/pt/atrativos

PRIMEIRO DIA – A CIDADE DE BENTO GONÇALVES E A VINÍCOLA AURORA

Não tem como errar, estávamos chegando à terra do vinho e da uva! A entrada de Bento Gonçalves está bem marcada com uma escultura imensa de 17 metros de altura, a Pipa Pórtico.

Ela foi construída em 1985 com um formato que lembra os tonéis de madeira usados na fabricação e armazenamento de vinho. Fomos percebendo que tudo iria girar em torno desta bebida nos próximos dias!

Para tirar fotos, a dica é estacionar no vizinho Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que funciona de segunda à sexta das 8h às 17h30; sábado, domingos e feriados a partir das 9h. É um bom lugar para pegar mapas e informações sobre a capital brasileira do vinho e sobre toda a região vinícola.

VINÍCOLA AURORA

A Vinícola Aurora foi a primeira que visitamos em Bento Gonçalves, logo que chegamos. Ela fica dentro da cidade e o acesso é muito fácil.

Fizemos a visita guiada, que é gratuita, acontece de hora em hora e não precisamos marcar com antecedência.

Ficamos surpresos com a história da vinícola, formada por uma cooperativa de produtores. A melhor parte é a degustação no final, feita em uma área decorada com uma fonte em homenagem a Baco. Na saída, passamos pela loja, onde compramos vários acessórios para vinho e uma garrafa do Millésime 2012, que ficou entre os melhores Cabernet Sauvignon de 2017, no site Vivino. Ele é o melhor vinho da melhor safra, feito apenas quando as condições são excelentes. Até hoje só houve oito edições! A garrafa é linda e vem numa edição comemorativa. Confesso… ainda não tivemos coragem de abrir.

TOUR PELA CIDADE DE BENTO GONÇALVES

À tarde fomos passear pelo centro de Bento Gonçalves.

Começamos pela Via del Vino, onde vimos a La Fontana, um chafariz que jorra água na cor de vinho. No imaginário dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil, aqui eles encontrariam a prometida América, uma terra de fartura, na qual até o vinho “brotaria” com facilidade.

A Via del Vino é uma rua histórica e marca o início do desenvolvimento da cidade. É aqui que estão a igreja matriz, os bancos e vários estabelecimentos comerciais.

Apesar de não ser tão perto, resolvemos visitar o Monumento aos Imigrantes e a Igreja São Bento. Construída em 1983, ela homenageia os imigrantes italianos que vieram colonizar a região. Tem o formato de uma pipa de vinho (para combinar, não é?), enfeitada com lindos vitrais coloridos.

Endereço: Rua Xingu, Praça Achyles Mincarone – Bairro Fenavinho.

RESTAURANTE VALLE RUSTICO  

Escolhemos o restaurante Valle Rustico para o jantar em nossa primeira noite em Bento Gonçalves. Não conhecíamos o lugar, mas acertamos em cheio na escolha, pois ele é lindo.

Reservamos com bastante antecedência. O restaurante é pequeno e bem intimista.

O jantar é feito em várias etapas: os pratos são servidos pouco a pouco e harmonizados com vinhos escolhidos a dedo. Uma verdadeira experiência gastronômica! Grande parte dos ingredientes é produzida em horta própria e o sabor é incrível.

Sabe aquelas noites em que você se esquece da vida e não sente o tempo passar, de tão agradáveis e envolventes que estão o ambiente, a comida, a bebida e a conversa?

É um bom lugar para uma comemoração especial. Ou pra celebrar a vida com os amigos. Não há coisa melhor!

Endereço: Linha Marcílio Dias, 15 da Graciema – Vale dos Vinhedos, Garibaldi

Site: www.vallerustico.com.br

 

SEGUNDO DIA – PARTE DO VALE DOS VINHEDOS E A MARIA FUMAÇA

ENTRANDO NO VALE DOS VINHEDOS – ENGENHO DO VALE

No caminho para a Vinícola Miolo, demos uma paradinha no Engenho do Vale. O lugar chama a atenção por causa das três pipas de vinho gigantes na beira da estrada.

Lá ficam um antiquário, uma loja de vinhos, uma loja de móveis e um restaurante com um deck maravilhoso, de vista privilegiada.

Endereço: Estrada RS 444, KM 17,6, s/n – Vale dos Vinhedos. Site: http://www.engenhodovale.com.br/

VALE DOS VINHEDOS – VINÍCOLA MIOLO 

A Vinícola Miolo é uma das maiores da região do Vale dos Vinhedos. Fica em uma área enorme e a paisagem é linda.

Reservamos antes e foi ótimo, porque quando chegamos lá já tinha muita gente esperando.

O tour começou em um parreiral, onde vimos algumas variedades de uvas. Depois fomos conhecer os tanques de elaboração e as barricas para envelhecimento do vinho. Pagamos R$30,00 e pudemos usar R$10,00 como desconto na compra de vinhos na loja.

A visita terminou com um minicurso de degustação. Provamos alguns vinhos e aprendemos como entender e saborear melhor essa delícia.

Os herdeiros do italiano Giuseppe Miolo, que chegou ao Brasil em 1897, levam adiante a tradição vinicultora da família. Hoje a vinícola possui caves modernas e elegantes. A área verde em volta é linda e é nela que foi instalado o Winebar, um food truck que serve bebidas (vinho, é claro) e comidinhas. É uma moda que veio para ficar.

A estrela da visita é o vinho Miolo Lote 43 (Cabernet Sauvignon e Merlot). Vinho ícone e símbolo da família Valduga, ele recebeu esse nome em referência ao primeiro lote de terra recebido por Giuseppe quando chegou ao Brasil.

Para mais informações entre no site: www.miolo.com.br. Endereço: Estrada RS-444, Km 21 – Vale dos Vinhedos

EPOPEIA ITALIANA 

Almoçamos no restaurante do hotel mesmo e depois fomos fazer o passeio da Maria Fumaça. Um ônibus da Giordani Turismo foi nos buscar no hotel e parou primeiro no Parque Temático da Epopeia Italiana.

Foi uma surpresa muito boa. É um espetáculo bastante interativo, cheio de história, cultura e emoção. Para nós foi especialmente divertido!

O parque fica numa enorme área coberta e conta a história verdadeira do casal Lázaro e Rosa Giordani, que saiu da cidade de Pedersano, na Itália, e veio para o Brasil no século XIX. Percorrendo os dez cenários montados é possível sentir as dificuldades que eles tiveram desde que embarcaram no navio no Porto de Gênova, em 1876, rumo ao “paradiso chamado Brasile”, onde nada haveria de faltar.

Durante o espetáculo, nosso amigo George foi convidado para participar e fazer o papel de Genarito, amigo que ajuda o casal durante a sua saga. Pronto, acabou rebatizado e durante todo o resto da viagem só foi chamado de Genarito.

A visita termina com suco de uva e vinho. Sempre uma boa maneira de celebrar a vida e render justas homenagens aos imigrantes!

Horário de Atendimento: das 8h às 17h45min.

Apresentações em horários pré-determinados. Recomenda-se fazer reserva.

Endereço: Rua Visconde de São Gabriel, 507, Cidade Alta – Bento Gonçalves

Site: https://www.giordaniturismo.com.br/epopeiaitaliana/

VINÍCOLA GARIBALDI – Rota do Espumante – Garibaldi

Já assistiu à sabragem? Sabe o que é? Nós fomos até a Vinícola Garibaldi ver isso de perto.

A cidade de Garibaldi é referência na produção de espumantes brasileiro. E, sinceramente, eles não ficam nada a dever aos importados.

A Cooperativa Vinícola Garibaldi tem cerca de 400 famílias associadas. A sua sede fica em um prédio lindo e clássico. Na frente, vimos outro chafariz  jorrando “vinho”.

A visita é gratuita e durante o trajeto vimos vários tonéis. Dá para entrar neles e ver, em alguns, os cristais que foram sendo depositados com o tempo.

Foi durante a degustação que assistimos à sabragem, uma técnica muito curiosa de abrir a garrafa com um sabre. Tivemos que nos afastar um pouco, por questão de segurança. E rolou aquele clima de suspense… Com a espada em uma das mãos e a garrafa na outra, o guia deu um golpe certeiro que arrancou o gargalo. Foram muitos aplausos e várias perguntas.

Não fica nenhum caquinho de vidro dentro da garrafa? Não, não fica. Por quê? Porque a pressão do gás expulsa qualquer resíduo de vidro. É seguro, então? Sim, é muito seguro. Além de ser uma técnica muito antiga. O guia contou que os soldados de Napoleão usavam a sabragem para abrir o champanhe com que celebravam as vitórias na guerra.

O destaque aqui foi o Espumante Garibaldi Moscatel. Ele é bem docinhos como todo moscatel e bastante premiado.

A visita é gratuita e só precisa de reserva para grupos acima de 10 pessoas.

Horário de funcionamento: De segunda à sábado, das 9h às 17h; domingos e feriados, das 10h às 15h

Endereço: Av. Independência, 845 – Centro | Garibaldi | RS. Site: http://www.vinicolagaribaldi.com.br/pt/varejo-e-turismo/terminal-turistico/

MARIA FUMAÇA

Quer fazer uma viagem no tempo, literalmente? Então embarque na Maria Fumaça, uma locomotiva onde a gente se sente como os imigrantes italianos, ao som das tarantelas e músicas gaúchas tocadas por uma banda em trajes típicos.

A Maria Fumaça é um trem a vapor do século passado que faz o trajeto de 23 quilômetros entre Bento Gonçalves–Garibaldi–Carlos Barbosa. Na estação de Garibaldi, os passageiros são recepcionados com vinhos da região e suco de uva.

O passeio é tudo de bom: nostálgico, bucólico, alegre, cultural, divertido. Resumindo: uma festa!

O trem sai da Estação de Bento Gonçalves, às 15 horas, nas quarta, sextas, sábado e domingo.

 

TERCEIRO DIA – CAMINHO DE PEDRAS

CAMINHO DE PEDRAS

Esse lindo circuito por uma estrada próxima a Bento Gonçalves é um verdadeiro museu a céu aberto. As casas, antes motivo de vergonha para os antigos colonos, foram restauradas e viraram uma das maiores atrações turísticas do Vale dos Vinhedos. São 7km onde é possível entrar em algumas das casas de pedra que foram transformadas em restaurantes e lojas.

Site: http://www.caminhosdepedra.org.br/

– Casa da Ovelha

Uma das atrações do Caminho de Pedras é da Casa da Ovelha e o seu parque, onde temos contato com os animais. As crianças amam as atividades, especialmente dar mamadeira para os cordeirinhos.

Foi o primeiro lugar que visitamos no Caminho. No prédio histórico fica a loja com produtos feitos com o leite de cabra, como queijo, iogurtes (não deixe de provar o de ameixa!) doces e até produtos de beleza como hidratantes. Aproveitamos para comprar vários.

Endereço: Linha Palmeiro, 400 – Distrito de São Pedro – Caminhos de Pedra Site: www.casadaovelha.com.br e www.caminhosdepedra.org.br

– Casa da Tecelagem

Se você gosta de xales, caminhos de mesa, tapetes e outros objetos de decoração, vá à Casa da Tecelagem. O prédio, construído em 1915, foi restaurado e hoje abriga além da loja um espaço onde estão expostos vários teares e rocas antigos, que serviam para fiar artesanalmente o linho e a lã.

– Casa da Erva-mate

Antes do almoço, fomos visitar a Casa da Erva-Mate e tirar fotos na famosa roda d’água. No porão (de 1910!) funciona a loja, onde ensinam todo o ritual da preparação do chimarrão tradicional gaúcho e dá para comprar os produtos ligados à erva-mate.

– Casa Vanni Espaço Gastronômico

Almoçamos neste lugar, que deixou muitas saudades! Só aquele quintal com várias redes penduradas, convidando as pessoas para um descanso depois do almoço… Sem palavras!

A casa foi construída em 1935 e hoje pertence à família Vanni. No subsolo foi instalado o restaurante especializado em comida italiana.

– Casa das Cucas Vitiaceri:

Aqui vimos outro porão que foi aproveitado para abrigar uma loja, desta vez de cucas recheadas, vinhos e sucos. A varanda da frente foi transformada em um lugar bastante acolhedor para aproveitar as delícias da casa.

Como era período da vindima, visitamos o parreiral ao lado da loja, que estava carregado de uvas! Foi uma experiência bastante divertida e diferente colher nossas próprias uvas. Claro que tiramos várias fotos. Afinal, a gente nunca sabe quando vai fazer isso de novo.

– Casa do Tomate

A visita à Casa do Tomate e ao Il Cantuccio del Pomodoro e della gasosa começou com uma aula sobre a imigração italiana. Só depois entramos no varejo, onde são vendidos tomates preparados de várias maneiras: secos, extrato, geleias, sucos.

Site: www.casadotomate.com.br

DAL PIZZOL – Rota Cantinas Históricas – Distrito de Faria Lemos

Se você é daqueles que pensam que só cerveja muito gelada refresca, deveria tentar um bom espumante rosé, bem geladinho!

Tivemos esta experiência na Vinícola Dal Pizzol, onde chegamos à tarde, e estava muito quente. A vinícola fica em uma área verde muito bonita, parece um parque.

Na loja, fomos muito bem recebidos. Pedimos uma sugestão de vinho, e nos ofereceram o Brut Rosé Charmat. Foi o melhor espumante rosé que já experimentamos. Combinou muito bem com o momento e com as companhias!

Aproveitamos para visitar o Ecomuseu da Cultura do Vinho. Ele fica colado à loja, tem mais de duzentas garrafas de vinho de diversos países e vários objetos ligados à cultura vinícola. É pequeno e dá para ver rapidamente.

A Dal Pizzol tem também um restaurante, que só atende com reserva, área de piquenique e o Vinhedo do Mundo, um projeto com quatrocentas variedades de uvas trazidas de trinta diferentes países.

A visita custa R$5 e a reserva só é necessária para grupos.

Endereço: RS 431, Km 5,3 – Distrito de Faria Lemos / Bento Gonçalves. Site: www.dalpizzol.com.br

RISTORANTE E PIZZERIA PIRANDELLO

Terminamos a noite no Pirandelo. É o lugar perfeito para ir com um grupo de amigos, atende a todos os gostos. O cardápio é bem variado e não faltam opções de filés, peixes, aves e camarões. Além das tradicionais rodízios de filés, massas e pizzas. Todos muito bem servidos.

Site: www.pirandello.com.br

 

QUARTO DIA – Roteiro Vale do Rio das Antas

 

VINÍCOLA CAINELLI

Foi muito emocionante a visita à Vinícola Cainelli.

Logo na entrada da enorme casa amarela, nossa anfitriã Bete contou a história da produção de vinhos e a da família Cainelli, com aquela enorme paixão de quem ama o que faz e o lugar onde vive. Foi contagiante!

Em seguida percorremos uma trilha até o parreiral. Com chapéu de palha e cesto na mão fomos convidados a colher as uvas diretamente do pé.

No meio da colheita, sentimos o cheirinho do “meredin”, o lanche típico italiano com queijo, salames, polentas assadas e outras delícias. Ele foi servido ali mesmo entre as parreiras, numa mesa gigante, acompanhado por música e dança.

Bem no espírito das antigas colheitas! Uma linda volta ao tempo dos colonos!

Chegou então a hora mais divertida, o gran finale! Voltamos à sede da Cainelli para a pisa da uva, aquelas mesmas que nós colhemos. A sensação de sentir as uvas estalando sob os pés foi indescritível, maravilhosa…

Mas o melhor mesmo foi sentir o carinho desta família linda em receber os visitantes e honrar a própria história.

VINÍCOLA SALTON

A Vinícola Salton é uma das mais cenográficas que visitamos. O edifício principal é lindo e os jardins são muito bem cuidados. Chamam atenção logo de cara.

Agendamos a visita com antecedência e nos juntamos ao grupo do horário marcado. O guia começou falando, com o maior orgulho, dos mais de cem anos de história e de tradição da Salton.

Fomos então conhecer os gigantescos tanques de fermentação de vinhos e espumantes. Depois descemos para o mundo mágico das caves subterrâneas. Vimos a chamada cave das bordalesas, onde os vinhos tintos mais encorpados são amadurecidos em barris de carvalho.

O ambiente das caves é muito especial, tem um quê de sagrado, com o som dos cantos gregorianos e as estátuas coloridas dos anjos dos sentimentos a guardar este lugar incrível.

Passamos ainda pela exposição das obras de arte feitas para a Salton e pelo processo de engarrafamento dos vinhos. E logo veio a melhor parte: a degustação com direito a provar até cinco produtos.

No final, compramos o vinho Talento, aquele foi oferecido ao Papa quando ele visitou o Brasil em 2013. Mais um vinho que está sendo guardado para uma ocasião especial.

ALMOÇO: RESTAURANTE PIGNATTELA

O Restaurante Pignattela fica bem próximo da Vinícola Salton. Por um preço fixo come-se muito e muito bem. É um restaurante tirolês, ou seja, oferece pratos da culinária da região do Tirol italiano (Trento). A dona foi muito simpática e explicou cada prato. Adoramos a sopa de canederli, com bolinhas de miolo de pão e o arroz com espumante. Como é um rodízio os pratos vem sendo servidos aos poucos. E parece que não pára nunca, de tanta comida!!

Endereço: Rua Mário Salton, 320- Distrito de Tuiuty – Bento Gonçalves. Site: www.pignattela.com.br

CASA BUCCO

Depois do almoço, fomos visitar a destilaria Casa Bucco (www.casabucco.com.br) em Tuiuty. Na verdade, é mais do que isso, eles têm também uma pousada, um restaurante e uma loja para a venda das bebidas e de artesanato.

A dona foi muito simpática e nos levou para conhecer a produção artesanal e o alambique. Mostrou também com muito orgulho os barris de carvalho onde a cachaça passa por um período de envelhecimento até o resultado final.

O lugar é muito bonito, com uma bela vista para a ponte Ernesto Dornelles (Ponte dos Arcos). A degustação de cachaça, licores e caipirinhas também vale a pena. A visita não é gratuita.

Destaque para o Velho Ernesto, uma aguardente composta de cachaça de alambique com funcho muito conceituada e premiada, e para os licores.

Aproveite para provar a caipirinha de banana. É diferente e deliciosa!

Endereço: RSC 470Km 194,3  Vale do Rio das antas – Tuiuty. Site: www.casabucco.com.br

QUINTO DIA  – Vinícolas do Vale dos Vinhedos parte II

QUEIJARIA VALBRENTA

A primeira parada do dia foi na Queijaria Valbrenta. Ela é famosa pelo queijo itálico ao vinho e pelo salame de javali. Não podíamos sair do Vale dos Vinhedos sem provar o melhor acompanhamento para um vinho: o queijo.

Na Valbrenta os queijos são feitos artesanalmente e em pequenas quantidades, o que os torna únicos. Valeu a pena dar uma paradinha neste lugar tradicional e provar os seus produtos.

Endereço: Estrada da Vindima km 16. Vale dos Vinhedos. Bento Gonçalves – RS. Site: http://www.queijariavalbrenta.com.br/

VINÍCOLA ALMAÚNICA

A experiência na Vinícola Almaúnica foi única mesmo. Começou com uma degustação de vinho às 10 horas da manhã! Quem falou que tem hora certa para provar vinho?

Chegamos lá achando que iríamos provar só uma tacinha e pronto. Mas não, foram 12 rótulos! Uma super degustação, mais que completa. Passou pelos espumantes: moscatel, brut chardonnay, brut rosé, nature; pelos brancos: riesling itálico, chardonnay, sauvignon blanc; e tintos: pinot noir, merlot, malbec, etc.

Depois de cada taça, tínhamos certeza de que aquele era melhor do que o anterior.

Ficamos apaixonadas pela Almaúnica. Os vinhos são sensacionais e o lugar é lindo demais. A casa muito estilosa, em madeira e vidro, fica no alto e o caminho até ela é cheio de parreiras. A produção é artesanal e fica no subsolo. É uma vinícola familiar, criada pelos gêmeos Magda e Márcio.

CASA VALDUGA

A Casa Valduga foi a primeira vinícola a ter o circuito de visitaçao e degustação no Brasil. Tudo lá é bem tradicional. O complexo tem ainda uma pousada, o Restaurante Maria Valduga e uma loja.

A casa sede é bem cenográfica, parece um castelo. A vinícola impressiona pelo cuidado com os detalhes. Um deles foi a preocupação em construir a cave de espumantes com paredes de tijolos que ajudam a manter a temperatura muito mais fresca. É a maior cave subterrânea da América Latina (um corredor de 187 metros de comprimento).

Eles apostaram mesmo nos espumantes e também se preocuparam em colocar nos rótulos o tempo de maturação nas caves subterrâneas (12, 25 e 60 meses), indicações da safra e o tipo (Nature, Extra Brut, Brut e Demi-Sec).

Entre os ícones do portfólio estão o Brut 130, criado em 2005 para comemorar os 130 anos da chegada da família Valduga no Brasil e que se tornou um dos espumantes ícones do país; e o Maria Valduga Brut Vintage, desenvolvido em homenagem à matriarca da família, considerado a joia do espumante brasileiro.

Endereço: Via Trento 2355 – Linha Leopoldina – Vale dos Vinhedos – Bento Gonçalves/RS. Site: www.casavalduga.com.br

RESTAURANTE MARIA VALDUGA

Como tínhamos reserva para o Restaurante Maria Valduga, fomos para lá antes da visita à vinícola. Já fomos preparados para uma verdadeira experiência de slow food: o site já avisa que o almoço dura no mínimo uma hora e meia.

Foram servidos vários tipos de massas, um galeto excelente e a famosa costelinha de porco com molho de morango com pimenta. Para acompanhar, pedimos um vinho merlot identidade da casa. O preço é fixo (R$ 80,00 por pessoa) e as bebidas pagas à parte. Achamos que valeu muito a pena.

VISITA GUIADA

Depois do almoço fomos para a visita guiada da vinícola e chegamos a tempo de pegar o tour das 15 horas. A visita começou assistindo um vídeo sobre a história da vinícola e de seu fundador, Juarez Valduga. Depois passamos pela linha de produção e pelas caves. Na hora da degustação ganhamos uma taça de cristal com a marca Valduga, que foi sendo reabastecida em outras degustações pelo caminho.

A visita guiada é paga (R$ 40,00 por pessoa) e acontece de hora em hora a partir das 9h30. Eles não fazem reserva para o tour e os grupos, de no máximo 30 pessoas, são formados por ordem de chegada.

 

SEXTO DIA  – Rota das Cantinas Históricas

CANTINAS HISTÓRICAS

Como tínhamos reservado o almoço na Vinícola Cristofoli, aproveitamos a manhã para conhecer a Rota das Cantinas Históricas. O nome vem dos lugares onde os colonos italianos guardavam seus mantimentos, como a nossa despensa.

A primeira parada da manhã foi no Armazém das Cantinas Históricas. Nos sentimos dentro de um daqueles armazéns antigos com grandes prateleiras e uma variedade grande de produtos (alimentos, vinhos e artesanato).

Site: http://www.cantinashistoricas.com.br/home

IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Depois seguimos até a Igreja Nossa Senhora do Rosário. Subindo no campanário pudemos apreciar uma vista linda do vale. Ficamos pensando como deve ser lindo o por-do-sol de lá. Vai ficar para a próxima viagem. Acho que a lista da próxima viagem está ficando grande!

Endereço: RS-431 – Rodovia Bento Goncalves – Dois Lageados | Distrito de Faria Lemos, Bento Gonççalves

VINÍCOLA CRISTOFOLI

O anúncio de “Edredon nos parreirais” soou aos nossos ouvidos como muito convidativo e tentador.

E lá fomos nós atrás dessa experiência na Vinícola Cristofoli. Outras vinícolas também oferecem piqueniques assim, mas lá o parreiral seria todinho só para nós. A reserva é para um grupo por vez.

Chegamos à Cristofoli e fomos recebidos pela Bruna, uma jovem e carismática profissional que nos contou a história da família e nos mostrou a vinícola, a casa e a loja.

Estava ameaçando chover e pensamos logo que seria meio tenso sair correndo lá do meio do parreiral. O que fazer?

Rapidamente a família montou uma mesa linda para nós na varanda e começou a servir o almoço, feito pela própria mãe da Bruna, mostrando as tradições da família Cristofoli. Tudo harmonizado com vinhos e espumantes deliciosos.

Na nossa opinião o destaque ficou por conta do vinho sangiovese e do espumante brut rosé. Produção artesanal e caprichada. Não deu para resistir e compramos vários.

VINÍCOLA CHANDON – Garibaldi – Rota dos Espumantes

Para pessoas que adoram espumantes como nós, a visita à Chandon era muito esperada. A fábrica da Chandon Brasil fica em Garibaldi, na Rota dos Espumantes.

A visita guiada foi muito interessante e bem técnica. Foi uma aula sobre o método de fabricação charmat, onde a segunda fermentação do vinho é feita em tanques de aço e não na garrafa, como o método champenoise.

Adoramos a hora em que abriram um tanque com espumante ainda não fermentado, o chamado vinho base. O cheiro e a cor são bem intensos!

Depois do tour fomos para a pequena loja, onde provamos os espumantes da casa. Adoramos a sugestão que eles deram de servir o espumante como um aperitivo, com duas pedras de gelo. Foi aí que conhecemos o Chandon Passion, uma delícia de rosé que virou paixão mesmo!

Tanto a visita quanto a degustação são gratuitas, mas precisa agendar antes, porque eles só recebem doze pessoas por vez. Se for em um feriado, entre em contato com a Chandon com muita antecedência.

Dica: tenha sempre um espumante em casa. Afinal, nunca se sabe quando um bom momento aparecerá e temos de estar sempre preparados para uma comemoração, para um brinde.

Site: www.chandon.com.br/a-chandon/visitas-a-vinicola/
Para agendar visita e degustação, email ou telefone: visitas@chandon.com.br – Fone: (54) 3388-4400
Endereço: BR 470 (Km 224), entre Garibaldi e Bento Gonçalves

RESTAURANTE CALDEIRA

Para o nosso jantar de despedida escolhemos o Caldeira Restaurante. Ficava bem pertinho do hotel e deu para ir a pé.

O Caldeira fica em uma casa residencial. Para entrar tem que tocar a campainha. Só isto já deu o toque: é um restaurante com um ambiente intimista, com poucos lugares disponíveis e com atendimento personalizado. Daí a necessidade de reservar.

A gastronomia mantém a mesma filosofia da casa, com foco no que se conhece por comfort food, pratos familiares, simples e bem preparados.

Nosso objetivo foi alcançado: fechar com chave de ouro uma viagem que foi inesquecível e maravilhosa.

CONCLUSÃO

O melhor de tudo nesta viagem foi o carinho sincero e genuíno com que fomos recebidos e servidos nesta região do Brasil.

Essa não foi uma viagem só para comer e beber bem. Ela representou também um encontro com pessoas que amam e se orgulham do que fazem. Encontro com famílias lindas que trabalham unidas para manter viva a tradição milenar de fazer vinhos. Merecem muitos aplausos.

ATENÇÃO PARA A DICA:

Se estiver com carro próprio, deixe no hotel e contrate um motorista. Outra boa opção é  fazer um rodízio entre os amigos do motorista da vez. Ou ainda contratar os passeios nas agências de turismo. Por mais que a pessoa ache que não vai beber, é inevitável. São várias visitas a vinícolas e degustações por dia.

Apesar de as atrações da região estarem próximas umas das outras e não muito distantes de Bento Gonçalves, não há linhas de ônibus para as áreas rurais, onde estão muitas das vinícolas.

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Beth e Bela

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