Vai fazer uma viagem pelas ilhas gregas e não sabe por onde começar ou o que fazer? Confira este nosso roteiro pelas Ilhas Jônicas e se prepare para conhecer essas ilhas paradisíacas!

Esta nossa viagem à Grécia fugiu do roteiro clássico que passa por Mykonos e Santorini. Escolhemos as Ilhas Jônicas. Elas estão começando a ficar famosas entre nós. E não é só por causa da Navagio Beach, uma das praias mais bonitas do mundo. As Jônicas possuem ilhas paradisíacas e águas de uma azul indescritível.

A Grécia e suas regiões

As opções eram muitas e selecionar o melhor da Grécia não é fácil! Cada arquipélago grego tem as suas belezas e o seu diferencial. Um coisa já sabíamos de antemão: planejar uma viagem à Grécia teria as suas dificuldades, mas com certeza o resultado seria maravilhoso!

Para se ter uma ideia de como é a Grécia, veja o mapa abaixo. São seis mil ilhas, das quais apenas 227 são habitadas. As ilhas podem ser agrupada em arquipélagos como: Ilhas Jônicas, as do Peloponeso; as Cíclades; as do Dodecaneso; as Espórades e as Ilhas do Norte do Mar Egeu.

Repare nas Ilhas Jônicas na cor roxa.
Mapa da Grécia e suas regiões.

 

Como queríamos fugir dos destinos tradicionais e fazer algo diferente, surgiu a ideia das ilhas Jônicas. Ilhas o quê? É… não são muito conhecidas por aqui. E fogem daquele cenário de panfleto turístico, já que não tem as famosas casinhas brancas com tetos azuis.

Mas para não fugir totalmente dos lugares “instagramáveis” e imperdíveis, incluímos a Navagio Beach que está na crista da onda! Então o ponto alto de nossa viagem seria a Navagio Beach!

Montando o quebra-cabeças

Ao começar a fazer o roteiro pelas Ilhas Jônicas, nos sentimos montando um verdadeiro quebra-cabeças. E daqueles com peças bem difíceis de se encaixar! Portanto, lá vai primeiro aviso: planejamento é fundamental quando se pensa em visitar essas ilhas.

Entre as tantas dificuldades, nos deparamos logo de cara com a falta de informação nos sites das empresas de ferryboats que operam na região. Muitos sites não divulgam os horários com antecedência. Quase nenhum vende os tíquetes pela internet. Tem que mandar e-mail, esperar resposta, fazer pagamento mandando os dados do cartão, etc. Ufa! Canseira total. Mas sabíamos que a recompensa seriam praias paradisíacas, paisagens fabulosa e uma gastronomia dos deuses!

 

As ilhas Jônicas

O arquipélago das Jônicas (ou Iônicas) localiza-se no lado oeste da Grécia. São as mais verdes e férteis se comparada aos outros arquipélagos. Nas ilhas Jônicas é possível perceber a influência de italianos, franceses e ingleses, seja na arquitetura seja na gastronomia.

Conhecidas também como “Sete Ilhas” (apesar de serem bem mais do que sete), as principais são: Corfu (em grego, Kêrkira), Paxos, Antipaxos, Lefkada (em português, Lêucade), Kefalonia, Ítaca e Zakynthos.

Ilhas Jônicas
Fonte: http://www.greekisland.co.uk/greeks/greek-maps.htm
A melhor época

Os meses de junho, julho, agosto e setembro são os mais populares. Em julho e agosto os lugares ficam bem cheios, mas a água do mar fica mais quentinha. Abril, maio, outubro e novembro são meses em que as praias ficam mais vazias, os voos e os ferryboats são mais escassos e vários estabelecimentos comerciais ficam fechados.

Fomos no final de maio e acabamos encontrando muitas praias, como as de Antipaxos, por exemplo, com os bares e restaurante fechados.

Os portos de cada uma das ilhas Jônicas:

Antes de escolher os hotéis, recomendamos que se tenha em mente a localização dos portos de cada ilha e as linhas de ferryboat que operam em cada uma.

  • Ilha de Corfu: New Port;
  • Ilha de Paxos: Gaios New Port (por onde chegamos e saímos) e Old Port (onde pegamos um barco para ir a Antipaxos);
  • Ilha de Lefkada: Porto de Lefkada (ao norte); Porto de Vasiliki (no sul da ilha, está em obras) e Nydri (no lado leste da ilha);
  • Ilha de Kefalonia: Porto de Fiskardo (no norte da ilha); Porto de Argostoli (a oeste); Porto de Sami (em direção ao norte); Porto de Poros (sudoeste da ilha) e Porto de Pessada (no sul);
  • Ilha de Zakynthos: Agios Nicolaos (ao norte) e Porto de Zakynthos (a sudeste).
Como chegar à Grécia:

Não há voos diretos entre o Brasil e a Grécia. Mas há várias opções de voos com escalas em cidades da Europa. A maioria chega pelo Aeroporto Internacional Eléfthérios Venizélos, em Atenas. A partir dele pode-se chegar a todas as ilhas gregas que têm aeroportos. As principais companhia aéreas gregas são Aegean Airlines e Olympic Air.

Atenas

Impossível passar por Atenas impunemente. Aproveitamos os dois dias lá para ir aos seus principais pontos turísticos como a Acrópolis (e seus monumentos, como o Parthenon e os teatros de Herodes e de Dionísio), a Ágora Antiga, o Museu da Acrópole, o bairro de Plaka, Praça Sintagma e o Estádio Panatenaico.

Para ir do aeroporto de Atenas até o hotel e depois voltar, usamos os serviços da Gettransfer. Deu super certo e recomendamos! É muito fácil usar, basta fazer o cadastrado no site e depois escolher uma entre as ofertas que chegarem pelo e-mail. Aqui entre nós, chegar de viagem e não ter que ficar procurando um táxi, ônibus ou metrô no aeroporto é muito bom!

De Atenas para Corfu e de Corfu para Paxos

De Atenas pegamos um voo no aeroporto Eléfthérios Venizélos pela Aegean Air Line até a ilha de Corfu (Aeroporto Internacional de Corfu Ioannis Kapodistrias) e de lá um ferryboat até a ilha de Paxos.

Entre o aeroporto de Corfu e o New Port Corfu, há um ônibus que faz esse trajeto. A Linha 15 da Corfu City Bus passa de 30 em 30 minutos e custa €1,70 por pessoa, pagos no próprio ônibus. O “ponto” fica bem em frente ao portão de saída do terminal.  Levamos quase uma hora para chegar ao porto, mas acreditamos que fora do horário de pico seja mais rápido. Mais informações: clique aqui.

Conseguimos comprar com antecedência os tíquetes do ferryboat que faz a travessia entre Corfu (New Port) e Paxos (Gaios New Port) pela empresa Kamelia Lines pelos quais pagamos €15,00 por pessoa.

Falando assim parece fácil, mas foi necessário entrar em contatos pelo site da empresa e trocar mensagens por e-mail (info@kamelialines.gr). Uma das dificuldades foi confirmar os horários de saída dos ferries, pois eles não divulgam com antecedência. Pagamos com o cartão de crédito internacional e fomos orientados a pegar os tíquetes com o capitão da balsa. Compras online, nem pensar, né? Vimos algumas pessoas comprando na hora, na lojinha que fica do outro lado da rua, em frente ao porto. Mas recomendamos comprar com antecedência, principalmente na alta estação.

Informações: Kamelia Lines

Contatos: Telefone +30 2662-0-32131; Fax: +30 2662-0-32136; E-mail: info@kamelialines.gr

Em Paxos alugamos um carro na Alpha Hire para os dois dias e a empresa deixou e pegou os carros no próprio porto (Gaios New Port). Pagamos €33,00 por dia, já com as taxas inclusas. O contato também foi feito por e-mail: alfahire@otenet.gr

Primeiro ferryboat da viagem: de Corfu até Paxos
Primeiro ferryboat da viagem: de Corfu até Paxos
Bate e volta a Antipaxos

Para ir a Antipaxos, pegamos uma excursão no Porto Velho (Old Port).

Mais um aprendizado (ou perrengue): chegando a pequena ilha de Antipaxos, as barracas estavam fechadas e o barco só voltaria às 14h ou às 17h. Não tinha nem água para comprar, nem guarda-sol para alugar! A estrutura só é montada durante o verão, ou seja, só começariam a funcionar em junho! Portanto, restou apenas aproveitar o tempo e caminhar da praia de Vrika até a praia de Voutoumi e depois esperar o barco para voltar a Paxos!

Acreditamos que na alta estação haja mais opções de barcos entre as duas ilhas, com paradas nas duas praias mais lindas de Antipaxos.

Para um bate e volta a Antipaxos
Para um bate e volta a Antipaxos
De Paxos para Lefkada

Esse trecho é o que nos deu mais trabalho. Tivemos que pesquisar muito até achar o melhor meio ir de uma ilha a outra.

A primeira opção seria sair da Ilha de Paxos e ir de ferryboat até Igoumenítsa, cidade que fica no continente, e lá alugar outro carro e dirigir por 110km até a Ilha de Lefkada, que é ligada ao continente por uma ponte flutuante.

Ponte flutuante em Lefkada
Ponte flutuante em Lefkada

A outra opção seria alugar um barco. E foi o que nós fizemos. Entramos em contato com Ms. Ballou Froso e alugamos um barco no Ionian Private Transfer & Cruises. Acabou sendo um passeio maravilhoso! O barco nos deixou antes da ponte flutuante e ali pedimos um táxi e fomos até a locadora de carros.

Na ilha de Lefkada, optamos por ficar em dois hotéis: primeira noite no hotel Santa Marina, em Agios Nikitas, próximo a Milos Beach e a Kathisma Beach. Na segunda noite fomos para o Grand TheoNi, em Vasiliki, mais próximo à praia de Porto Katsiki, no sul da ilha. Dali, pensamos, ficaria mais fácil pegar o ferry para Kefalônia.

Barco alugado para fazer a travessia entre Paxos e Lefkada
Barco alugado para fazer a travessia entre Paxos e Lefkada
De Lefkada para Kefalônia

A ideia original era pegar um ferryboat no Porto de Vasiliki até Fiskardo (em Kefalônia). Entretanto, o Porto de Vasiliki estava em obras e não havia nenhuma previsão de conclusão. Só descobrimos isso depois de termos feito as reservas dos hotéis. Não teve outro jeito: tivemos que dirigir até o Porto de Nidri (ou Nydri).

Escolhemos a empresa West Ferry e tentamos comprar com antecedência mas, em resposta aos nossos e-mails, eles afirmaram que não havia necessidade de reservar, bastava comprar na hora. Outra preocupação foi com a confirmação do horário. A empresa só divulgou essa informação duas semanas antes da nossa viagem!

Além disso, tivemos que confirmar se o ferry transportava carro, pois a ideia era permanecer com o que havíamos alugado em Lefkada até o final da viagem! Pensa na trabalheira!

Ainda bem que deu certo! Foi bem fácil comprar os tíquetes no quiosque, localizado bem em frente ao grande ferryboat ancorado no porto.

Informações sobre o West Ferry: clique aqui. 

Contatos: E-mail: westferrybooking@gmail.com; Fax: +30 2645093276

Ferryboat entre as ilhas de Lefkada e Kefalônia
Ferryboat entre as ilhas de Lefkada e Kefalônia
Desembarcando em Kefalônia
Desembarcando em Kefalônia
De Kefalônia para Zakynthos

Na ilha de Kefalônia, nos hospedamos no Stella Hotel Apartment, não muito longe do porto de Fiskardo. Estava em nossos planos fazer um bate e volta até a ilha de Ítaca, aquela de A Odisseia, de Homero, mas o tempo não ajudou. Em compensação aproveitamos ao máximo as praias de Kefalônia: Myrthos Beach, Petani, Kimilia e outras. Além, é claro, de ter ido conhecer a maravilhosa Melissani Cave.

Outro trecho que nos deixou bastante apreensivas foi entre Kefalônia e Zakyntos (Porto Agios Nikolaos).

Tentamos entrar em contato com a empresa Ionion Pelagos, mas não recebemos resposta. Descobrimos que não tinha como comprar esse bilhete on line e nem com antecedência. Finalmente eles colocaram no site o horário de saída do ferry: às 7h45 e às 18h, diariamente.

O nosso hotel ficava em Fiskardo, no norte da ilha de Kefalônia, a 105 quilômetros de distância do porto de Pessada, que fica no sul. Ou seja, teríamos que sair de madrugada do hotel para pode pegar o primeiro ferryboat.

E para complicar – só um pouquinho, né? – já havíamos lido na internet vários relatos de pessoas que chegaram ao porto de Pessada e não encontravam ferryboat nenhum lá.

Achamos que eles cancelam por questão de segurança (mar muito agitado, por exemplo), mas não deixam aviso algum por lá.

Por isso, preparamos um Plano “B”: dirigir até o Porto de Poros, pegar um ferryboat para o Porto de Killini e de Killini outro ferry para a ilha de Zakynthos. Para nós representava perder o passeio já reservado e pago para a Navagio Beach. No fundo, estávamos torcendo para não precisar usar essa alternativa.

Agora imagina a nossa alegria quando chegamos ao Porto de Pessada, que fica no meio do nada, e nos depararmos com aquele ferryboat imenso! Até esquecemos que havíamos acordado de madrugada!

Que alegria ao ver esse ferry no Porto de Pessada!
Que alegria ao ver esse ferry no Porto de Pessada!
Ilha de Zakynthos e Navagio Beach

Zakynthos foi a última ilha que visitamos. É nela que fica a mega famosa Praia do Naufrágio (ou Navagio Beach ou Shipwreck Beach).

Durante os meses de planejamento, ouvimos muitas vezes que ela estava interditada, por causa de um desmoronamento em setembro de 2018. Às vésperas da nossa chegada, recebemos a notícia de que ela estava aberta e que as pessoas podiam descer até a areia (modo de falar, pois na verdade são pedrinhas!).

Infelizmente, o barco que pegamos (já pago com antecedência) não se aproximou da areia. Ficou só 15 minutos e se dirigiu até as Blue Caves. Ficamos com um sentimento de frustração. Mesmo porque vimos pessoas desembarcando de um barco grande, daqueles que parecem um navio pirata.

O consolo que tivemos foi ver de perto as águas da Navagio Beach: de um azul difícil de descrever, azul neon, azul claro, azul profundo, azul turquesa, azul…

O que aprendemos em relação à Navagio é: deixe para comprar o passeio lá e se certifique de que poderá descer na praia. Se puder, reserve mais de um dia para ficar em Zakynthos. Tenha em mente que pode acontecer de as condições do mar não ajudarem ou de as autoridades decidirem fechar a praia por motivos de segurança. Apesar da pressão contrária, eles estão pensando nisso!

A vantagem dos barcos grandes com rampa na popa é que dá para os passageiros descerem na praia, mas não dá para fazer o passeio às Blue Caves, onde só dá para entrar com os barcos pequenos.

Como chegar a Navagio Beach

Nós saímos do Porto de Agios Nikolaos, mas é possível pegar os barcos em outros portos de Zakynthos para ir até a Navagio Beach:

– Farol de Skinari (bem no norte da ilha):  daqui saem os barcos da empresa Potamitis Brothers. Eles oferecem vários horários durante o dia. Para quem se hospeda no Lithies Boutique & Hotel é possível ir a pé até o portinho.

– Porto de Vromi: no lado esquerdo da ilha, é o mais próximo da Navagio. Para mais informações, clique aqui.

Não se esqueça de programar uma ida até o mirante, onde é possível ter a melhor vista da praia. Nós fomos de carro, seguindo as placas de Navagio, mas também de olho no GPS!

Navagio Beach e sua água azul neon!
Navagio Beach e sua água azul neon!
Ilhas Jônicas: vale muito a pena!

O nosso relato não tem a intenção de desanimar ninguém, muito pelo contrário. Quando as coisas dão um pouquinho de trabalho, a gente tem é que valorizar ainda mais.

Achamos que valeu muito a pena o tempo gasto em montar esse quebra-cabeça! Afinal, as ilhas Jônicas são belíssimas, as praias maravilhosas, com uma água transparente, de um degradê de azul que deixa todo mundo extasiado, paisagens verdejantes, gastronomia deliciosa, preços mais em conta que muitos outros lugares na Europa… enfim, um lugar maravilhoso! Um destino para amar e aproveitar!

Portanto, que tal aproveitar as nossas dicas e colocar as ilhas Jônicas na sua listinha de próximos destinos?

Temos muito ainda para contar de cada uma das ilhas! Aguardem os próximos posts.

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