Um dos bairros mais famosos de Paris, Montmartre continua boêmio como sempre, mas cheio de cantinhos curiosos e pitorescos para serem descobertos em sua próxima viagem.
Os bairros em Paris são chamados de arrondissement e numerados de 1 a 20. Mas há um bairro que é mais famoso pelo nome do que pelo número. O Montmartre fica no XVIII arrondissement, é um bairro pitoresco e curioso e guarda um certo ar saudosista dos velhos tempos de boemia.
Hoje em dia, Montmartre recebe muitos turistas que não se cansam de visitar suas principais atrações e que estão sempre em busca de cantinhos ainda não tão conhecidos. Por isso, não deixe Montmartre fora de sua visita a Paris. Mortmartre pode surpreender você!
História
A história de Montmartre remonta aos tempos dos gauleses que já usavam o lugar para realizar seus cultos. No início da era cristã, muitos martírios aconteceram ali. Daí vem o nome Montmartre, vindo do latim “mons martyrum”. Durante a Idade Média, foi um lugar de peregrinação religiosa.
Houve uma mudança no Século XIX, quando artistas e boêmios passaram a frequentar aquela colina. Era a Belle Époque, período de muita euforia e otimismo.
Na nossa opinião, esse estado de espírito continua presente nas suas ruas íngremes, nos bistrôs e cafés encantadores, nos cabarés, cinemas e nas muitas lojinhas de Montmartre. Tudo isso faz com as pessoas não se cansem de passear e de querer conhecer cada cantinho de Montmartre.
ROTEIRO POR MONTMARTRE
O bairro de Montmartre tem uma atmosfera incrível que vai mudando conforme você perambula por suas ruas. Há cantinhos bem tranquilos, bucólicos, residenciais e até românticos, outros bem frenéticos, lotados de turistas e de pessoas em busca de balada mais eróticas.
Mesmo que você não queira fazer um roteiro já pré-determinado, abra seu coração para a diversidade do bairro e aproveite!
Nosso roteiro
Muita gente começa o passeio por Montmartre descendo na estação de metrô Pigalle ou mesmo na de Blanche, em frente ao Moulin Rouge, e vai subindo pelas ruas até a Basílica de Sacre Coeur.
Nós fizemos diferente.
Começamos nosso roteiro descendo na estação do metrô Lamarck Caulaincourt, a linha verde, lá no alto do bairro.
Logo depois da pracinha Joel Le Tac, subimos por uma escadaria até a Place Dalida, onde se encontra o Busto de Dalida, cantora e atriz (1933-1987) que morava no bairro. O busto lembra muito a estátua de Julieta, em Verona. Só não descobrimos se existe alguma lenda da sorte para quem passa a mão nos seios de Dalida, como tem a italiana Julieta.
Sacre-Coeur
Da Place Dalida, pegamos a rue de l’Abreuvoir até a rue du Chevalier de la Barre e saímos bem ao lado da Basílica do Sagrado Coração (Sacré-Coeur).
Com suas quatro cúpulas brancas, a enorme e soberana Sacré-Coeur atrai os olhares e impressiona a todos com seu estilo romano-bizantino. A construção dessa majestosa basílica, em mármore travertino, teve início em 1876 e foi consagrada em 1919.
O interior é cheio de mosaicos dourados. Mas logo na entrada há um cartaz informando que é proibido tirar fotos lá dentro.
Cenário de Paris
Em compensação, no espaço em frente à basílica ninguém resiste a tirar fotos maravilhosas de Paris. Dali é possível ter uma das mais belas vistas da cidade. Outra visão privilegiada se tem subindo até o cimo da cúpula de 80 metros de altura da basílica.
Se puder passe um tempo neste mirante e nas escadarias em frente, só apreciando a paisagem. Só se recomenda que tenha cuidado com os batedores de carteira e paciência com os vendedores de crucifixos e de cadeados (nova moda!). A grade em frente à basílica já está cheia deles.
No site oficial dá para baixar um áudio-guia da Sacre Coeur.
Horário: 6h às 22h30
Acesso gratuito ao interior da basílica.
Paga-se para subir na cúpula. A entrada fica no lado de fora da basílica e são 300 degraus, sem elevador!
Horário: das 8h30 às 20h (de maio a setembro) e de 9h às 17 (de outubro a abril)
Funicular
Nós não usamos, mas para quem desce nas estações do metrô Anvers ou Pigalle dá para pegar o funicular na Praça Saint-Pierre ou usar as escadas. Usa-se o mesmo bilhete dos transportes públicos.
Place du Tertre
Bem pertinho da Basílica fica a Place du Tertre. Quando Montmartre ainda era apenas um vilarejo, Tertre era a praça principal. Não há nenhum monumento famoso nela, o que atrai os turistas são os pintores sentados em seus bancos e cadeiras de ferro, pintando lentamente os quadros em cavaletes.
Não dá pra deixar de falar dos velozes caricaturistas que fazem o seu retrato na hora. Basta pagar e se sentir a própria Mona Lisa!
É um lugar ótimo para tomar um café ou um vinho nos restaurantes em volta, enquanto aprecia o movimento deste cantinho pitoresco da cidade.
O homem que atravessava paredes
Da Place du Terte, seguimos pela rue Norvins em direção à Rue Girardon, até a Place Marcel Aymé. Quase que passamos direto pela escultura de um homem atravessando uma parede de pedra!
A obra é uma homenagem ao escritor e dramaturgo francês Marcel Aymé (1902-1967), morador do bairro durante muitos anos e que escreveu o conto fantástico Le Passe-Murailles (O Passa Muralhas) em 1941.
Moinho antigo
Descendo pela Rue Girardon vimos o Le Moulin de la Galette, um antigo moinho, e o restaurante de mesmo nome, que serve comida francesa.
De lá saímos em busca de um lugar que está se tornando muito famoso em Paris, pelo menos para os apaixonados: o Muro dos “Eu te amo”.
Muro do Eu te amo
Pegamos a Rue d’Orchampt e depois a Rue Ravignhan até achar a Place des Abbesses, onde fica o Muro do “Eu te amo” (Le Mur des Je t’aime). Na parede estão 612 azulejos azuis com mais de mil declarações de amor em 311 línguas.
Foi Frédéric Baron que deu início à coleta dos “eu te amo” em 1992.Os vários pedacinhos vermelhos espalhados fazem parte de um quebra-cabeças imaginário em forma de coração.
No alto do muro estão Rita Hayworth e a frase “se amar é uma desordem, então, amemos”.
O muro fica em um lugar cercado que abre de segunda a sexta-feira, às 8h, e aos sábados, domingos e feriados às 9h. O horário de fechamento varia de acordo com a época do ano, sendo que no inverno fecha às 17h30 e no verão vai até às 21h30. Para mais informações, clique aqui.
Aproveitamos para visitar a loja Montmartre Je t’aime, bem em frente. Lá encontramos vários presentinhos para os apaixonados… por Paris!
Moulin Rouge
Deixamos por último o Moulin Rouge. Para chegar até ele, basta andar pela Rue Houdon até achar o Boulevard de Clichy. Esta parte da cidade é conhecida por Bairro Pigalle, com muitas lojas de sex shops, cinemas e shows para adultos.
O Moinho Vermelho (Moulin Rouge) é um cabaré construído em 1889 e que continua em funcionamento. Com suas longas pás vermelha, é um sobrevivente da época da boemia. Foi o lugar de nascimento do can-can.
O seu mais famoso cliente foi o pintor Toulouse-Lautrec, que retratou em suas telas os personagens que frequentavam a vida noturna nos cabarés e nos teatros.
Endereço: Boulevard de Clichy, 82 – Praça Blanche.
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